segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

A coluna volta dia 13

Antes que alguém se pergunte que história mais maluca é essa, de voltar da Europa via Canadá e antes que a parte maleducada de mim responda que a viagem é minha e eu faço o trajeto que quiser, devo dizer que, de fato, a grande vantagem destas viagens virtuais e recreativas é que a gente não precisa ficar muito preso à lógica ou ao orçamento.

O Canadá é um lugar que, sempre que puder, visitarei. Assim como Brasília, cidade onde já morei três vezes e onde voltarei a morar, se tiver oportunidade. Tem gente que odeia o Canadá e Brasília. Que não entende qual é a graça de um ou de outro. Mas é assim, a vida. E nessa diversidade de gostos e preferências está a graça da vida propriamente dita.

Acima, a silhueta de Toronto, que só se diferencia de outras cidades cheias de prédios enormes, por causa da sua torre.

Um dos hotéis mais antigos do Canadá e um dos maiores do mundo (tem 1.300 quartos) é o Royal York, hoje administrado pela rede Fairmont. Construído em 1929 diante da estação do trem, fazia parte de uma espécie de pacote: em cada cidade, a estação e um bom hotel. O hotel, é claro, foi construído pela empresa que era dona da ferrovia, a Canadian Pacific. Assim, a vida de quem precisava fazer negócios no Canadá, indo de costa a costa de trem, no século passado, ficava mais fácil.

Graças à Internet, a gente sempre descobre ofertas especiais (pra quem estiver curioso, o site do hotel é este aqui). Por exemplo: no final de semana que passamos por lá (de sábado a segunda), a diária estava igual a hotéis bem menos charmosos e muito inferior a hotéis de mesmo padrão. E ainda tinha uns agradinhos, como jantar e passeios incluídos.

O lobby do hotel, que ainda conserva o brilho do início do século XX, quando foi o hotel mais luxuoso do país.

Vista da janela do quarto. Como não somos clientes freqüentes e ainda estávamos a bordo de um pacote promocional, o andar era meio baixo. Mas não me queixo.

Toronto desenvolveu uma série de artifícios para que as pessoas não sofram com o frio, a chuva e o vento, quando passeiam pelo centro. Desde coberturas que unem prédios e formam galerias, até uma rede de passagens subterrâneas. Sente-se menos frio lá do que em dias de vento sul na Felipe Schmidt.

Ah, as ostras. Imagino que todos vocês saibam que as ostras cultivadas na Ilha de Santa Catarina são ostras do Pacífico. Originárias do mar-oceano que banha o Canadá e o Japão. Pois aí na Ilha elas crescem muito mais rápido do que nas águas canadenses. E não ficam nada a dever em sabor e aparência.

Entre Toronto e o Oceano Pacífico, existem as Montanhas Rochosas. E nas Rochosas canadenses, um dos locais mais interessantes é Banff, que fica perto de Calgary (umas duas horas de carro: nas américas as distâncias são mesmo muito diferentes da Europa, onde em duas horas quase dá para atravessar um país).

No post de ontem mostrei o Emerald Lake e hoje esse aí é o Lake Louise. Lagos formados pelas águas que vêm dos glaciares e das montanhas, que ajudam a compor um cenário de folhinha.

Victoria, lá no oeste canadense, na ponta da ilha de Vancouver, não sei por que me lembra Florianópolis. Decerto porque tem mar, as temperaturas não são excessivamente baixas. Mas também dá uma certa dor no coração, porque eles usam o mar de um jeito que a gente não usa.

Isso aí é no porto de Victoria, que fica no centro da cidade. Se clicarem na foto abre-se uma ampliação e vocês poderão ver que tem um avião estacionado. Que transitam barcos pelo canal. E tem um avião indo pra lá. Que, afinal, a água está integrada à vida urbana. O avião, para decolar e aterrisar (ou seria amerisar?), usa uma área mais aberta, ali perto. Não perguntei se os controladores estão funcionando direito.

Ah, a hora feliz do entardecer, da cerveja e das comidinhas. Em Victoria está acontecendo, há alguns anos, um renascimento das pequenas cervejarias. Nos bares, pubs e restaurantes, a gente encontra dezenas de marcas de cerveja produzidas por ali mesmo. E na da como uma cerveja para acompanhar um linguado do pacífico a milanesa, com aquela casquinha crocante que também leva cerveja.

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