domingo, 10 de dezembro de 2006

Voltando pelo caminho mais longo

Têm razão os mais velhos quando falam, saudosos, de como seu tempo de juventude era melhor. Em boa parte do século passado, quem quisesse vir da Europa para as Américas teria que pegar um transatlântico, um navio. E passar muitos dias ao mar. Um prato cheio para quem gosta e eu gosto. Mas hoje não se tem mais tanto tempo e a travessia é feita em navios que voam (ou avuam). E que nos despejam no dia seguinte do outro lado do mar-oceano como se fosse uma viagem qualquer. De um continente para outro muda tudo. Ou quase tudo. E a gente nem tem tempo de se preparar direito.

Embora a viagem seja rápida, sempre dá tempo de ler alguma coisa. Como aqueles folhetinhos de segurança. Este aí é de um otimismo insuperável. Significa que, se o avião estiver para bater em algum morrote, basta inclinar-se para a frente e fechar os olhos. A mesma coisa se estivermos para mergulhar. Depois, todos aqueles que ficaram na posição correta poderão levantar-se, sãos e salvos e apresentar-se no portão do Céu ao sempre simpático São Pedro.

Ainda no espírito do folhetinho, deparo-me com esta empresa auxiliar da Air Canada, que faz vôos regionais e que tem o sonoro nome de Jazz. Aqui Jazz. Então tá.

As sacolas de supermercado, a gente aprende cedo, têm mil-e-uma utilidades. Pena que não tinha mais sacolas do Angeloni, ou do Rosa e tive que me virar com uma outra qualquer: as câmeras não são feitas para serem expostas a muita umidade. Algumas até são, mas a minha, com certeza, não. Para proteger o patrimônio e ainda assim conseguir registrar o passeio por um glaciar canadense, num dia em que nevava e parava, o jeito foi improvisar. Os japoneses que estavam em bando, por perto, todos com capinhas especiais em suas câmeras, olhavam meio intrigados, decerto pensando que era alguma inovação. Se eu tivesse mais algumas sacolas, teria vendido algumas pra eles, como a melhor e mais recente proteção para câmeras.

Um breve descanso antes de retornar para o caos aéreo do Bananão. Isto aí, com esta cor esmeraldina, é o Lago Esmeralda. Perto do qual está Banff, aprazível cidade de inverneio (ué, se tem veraneio não teria que ter inverneio?)


Uma das melhores coisas da vida são os amigos ricos. Que podem servir, ao receber-nos em suas casas, preciosidades como este Opus One 1985, um celebrado vinho do vale do Napa, na Califórnia. Foi de lamber as taças. Uma pena vocês não estarem lá.

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